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Acesa, Tijupá e GEDMMA realizam oficinas sobre mudanças climáticas e agroecologia

No último final de semana (26 e 27/9), a Associação Comunitária de Educação em Saúde e Agricultura (Acesa) e a Associação Agroecológica Tijupá, realizaram de forma simultânea oficinas de Formação em Mudanças Climáticas e Agroecologia no Maranhão. Com o apoio do GEDMMA, a atividade ocorreu nos municípios de Bacabal e Morros (MA), em que foram discutidas temáticas sobre território, identidade, meio ambiente e clima. 

O primeiro dia do encontro se deu com um debate sobre as questões climáticas, quem são os mais afetados, como a ideologia do capital, do mercado e do desenvolvimento tem consequência direta sobre as mudanças no clima. Reflexões sobre como as comunidades e territórios têm sofrido tais impactos, por meio do silenciamento das populações do campo e das florestas e do racismo ambiental. Dentre as atividades, os participantes fizeram desenhos, dramatizações e poemas sobre a roda de conversa.

Já no segundo dia, houve a apresentação do documentário “Territórios da Agroecologia” e os diálogos se deram a partir da ideia das práticas agroecológicas para a proteção do meio ambiente. Momento de debate sobre de que forma os povos e comunidades tradicionais, ao proteger seus territórios, ao produzir e ao resistir frente aos conflitos, ajudam na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Também foi discutido sobre a importância de lutar pelo reconhecimento dos direitos para alcançar a justiça climática. 

Segundo Raimundo Alves, coordenador executivo da Acesa, “ficamos nos perguntando quem são os responsáveis pelas mudanças climáticas. Será que toda a humanidade está prejudicando o clima do planeta? Pois somos responsáveis pelas poluições de nossos quintais, mas as mudanças climáticas tem como responsáveis as grandes empresas que tiram das comunidades os direitos e espaços.  Como faremos a resistência? A nós cabe lutar para manter os nossos territórios”, pontua. Explica ainda que a agroecologia estabelece uma relação de equilíbrio e harmonia nos lugares onde se desenvolvem essas práticas, respeitando os modos de vida e saberes. 

As oficinas são ações que fazem parte do projeto Agroecologia para a Proteção das Florestas Amazônicas, que tem o intuito de contribuir para o fortalecimento da atuação em rede de agricultores, povos e comunidades tradicionais, no enfrentamento das mudanças climáticas e para a garantia do direito ao território e à natureza. O lavrador José Ribamar Santos, do povoado Queimadas das Domingas, no município de Cachoeira Grande, pontua sobre a importância de se manter informado e de entender as consequências das mudanças no clima, “na oficina a gente soube o que que mudou no meio ambiente.  Como o petróleo, as grandes indústrias, as grandes empresas e o agronegócio vem causando mudanças para pior. Aumentando a temperatura do efeito estufa, que é muito prejudicial pro pequeno produtor rural.” 

Em parceria com o Programa Vozes Pela Ação Climática e Fundação Avina, o projeto busca oxigenar as estratégias desenvolvidas na Amazônia Maranhense construindo junto às diversas vozes (quilombolas, indígenas e de comunidades tradicionais) processos que possibilitem empoderamento para que estes sejam ouvidos e respeitados em seus territórios, partindo da premissa que as populações estão criando alternativas de regulação comunitária dos territórios e ecossistemas manejados. “Essa oficina contribuiu muito. A agroecologia vem com uma bagagem de transformar nossas vidas, de que não podemos aceitar essas pessoas que vem acabar com nosso meio ambiente. Ela vem preservando, trazendo vida. Foi importante a gente poder partilhar também nossas experiências”, finaliza Leia, agricultora do município de Morros. 

A próxima oficina será na área de atuação da Justiça nos Trilhos, outro parceiro que faz parte da coalizão em ações pela proteção dos territórios amazônicos e do enfrentamento das mudanças climáticas.

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